sábado, 27 de dezembro de 2014

Implacável

Concluí por estes dias, depois de ler alguns comentários ferozes nas redes sociais, que não quero mais ser implacável. Porque a cada dia que passa vejo que há menos razões para sermos tão rígidos uns com os outros.
Estou falando, especificamente, do mundo da música, que é o universo pelo qual circulo.
Vejo pessoas fazendo comentários (na web e ao vivo também) bastante duros em relação a outros profissionais. “Banda do Mar é uma b...”, “A Simone é chata pra c...” etc. Ao escrever este texto, vi o post de alguém dando uma zoada nos Golden Boys, a troco de nada. Fico mais chocada ainda quando se trata de alguém que é músico proferindo uma destas frases. Será que quem solta estas pérolas não pensa que é bem provável que seja tratado com o mesmo “carinho” algum dia? Porque se esta pessoa conseguir alguma projeção, isso acontecerá, inevitavelmente. Quem está em destaque vira alvo fácil para ataques.
Talvez desde sempre tenha sido assim, mas a internet está auxiliando a divulgar este tipo de animosidade, fazendo com que se espalhe cada vez mais intolerância.
Pode parecer algo bobo, mas esta vontade de falar mal, de “malhar”, de dar uma sacaneada acaba desunindo a todos, e, vamos pensar: precisamos disso? Precisamos, sim, de críticas, porque estas nos ajudarão muito a crescer. Mas não precisamos de maledicência, implicância, falta de paciência. Tudo isso aí, infelizmente, já tem de sobra em nosso dia a dia. 
Pensemos: é tão difícil assim não falar daquele artista que você acha uma mala sem alça? É tão difícil assim não sair digitando impropérios quando bater uma raiva daquele músico que você acha bem ruim? É tão difícil assim dar uma força pro artista que você GOSTA, e não para aquele que você desgosta? Sim, porque falar sobre alguém é divulgar, é propagar.
Adoraria não ser linchada se algum dia me desse na telha cantar aquela música beeem brega. Adoraria fazer maluquices musicais e nem por isso virar um boneco de Judas. Adoraria meter os pés pelas mãos, na ansiedade, e ver que ninguém morreu de raiva pela mudança. Adoraria que respeitassem minhas opções, vontades, ou erros.
Criticar sem hostilidade é bom para todo mundo. Todo saem felizes. 
                Termino o texto colocando um exemplo de como já tive - e devo continuar tendo, sem perceber, infelizmente - atitudes implacáveis e nada construtivas. Neste print de uma postagem de 15 de janeiro de 2012, meto o malho nas cantoras internacionais. Eita!  
Há uma frase bem piegas, mas que na minha opinião faz bastante sentido: “promova o que te encanta ao invés de atacar o que te desagrada.”
(E, a bem da verdade, gosto muito de ser piegas.)



                                                                  Mea culpa: um momento implacável

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