sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O que será que ando despertando por aí?


Deixei de te seguir... e curtir suas postagens... também de compartilhar... era seu fã... bj

Ontem, quando acessei a internet, vi esta mensagem em minha página de artista do Facebook.
Confesso que não entendi nada.
É claro que em um primeiro momento isso me incomodou um pouquinho, porque não é muito legal saber que alguém passou a desgostar de seu trabalho (foi isso o que a pessoa quis dizer, acho), e não saber nem direito o porquê disso. E não entender, ficar boiando, não saber nem de onde veio a coisa etc., dá uma sensação estranha. Minha reação em pensamento foi: ué, mas eu nem fiz nada. Então, por que diabos estou recebendo uma mensagem que serve apenas para que a pessoa chateada tenha certeza de que eu irei saber que ela está chateada comigo?
Mas... logo depois, pensei uma coisa que me trouxe uma sensação boa: talvez eu esteja me subestimando. Talvez meu alcance seja maior do que penso. Talvez eu desperte coisas, sentimentos, sobre os quais não faço a menor ideia.
É. Acho que quando faço questão de dizer que não tenho fãs, mas amigos que curtem meu trabalho, devo estar me diminuindo, certo? Devo estar ignorando o fato de que há, sim, várias pessoas que conhecem meu trabalho e que não me conhecem pessoalmente. Meu trabalho deve ter chegado a muitos ouvidos cujos donos nem faço ideia de quem sejam. A música (e a arte em geral), hoje em dia, em tempos de internet, pode voar bem alto, mesmo sendo você um artista independente. Canal de YouTube, página de Facebook, este blog (em bem menor proporção), o Twitter, as matérias que saíram sobre o Temperos, sobre o tributo aos Novos Baianos feito pelo Jardim Elétrico, o SoundCloud do Jardim Elétrico, o SoundCloud do coletivo Cavalo Preto, meu SoundCloud, o CD do Alvinho Lancellotti, que teve muuuuitos downloads (do qual participei), compartilhamentos de vídeos meus, e, além da internet, as parcerias com Dudu Godoi, Silvan Galvão, Claudia Holanda e tantos outros, que me levaram a muitas outras pessoas... Tudo isso deve ter feito com que exista, por mais que eu negue, muita gente que é, sim, fã do meu trabalho. E ontem descobri que tenho até ex-fãs.
Não é uma condição que eu busque. Não acho prazeroso saber que algumas pessoas estão decepcionadas com meu trabalho ou comigo. Acho incrível, sim, fazer o que bem quero, e sei que isso pode gerar descontentamento, mas não é meu objetivo de vida ser alvo deste tipo de mágoa que nem sei como começou (e nem sei que tipo de expectativa estava sendo criada em relação a mim para que chegasse a este ponto)Creio, apenas, que é uma conquista entender que não, meu público não é feito só de amigos, ou de amigos de amigos. Não. Tem gente por aí que gosta do que eu faço e não me conhece. A parte ruim é que tem gente por aí que ficou frustrada comigo, sem termos nunca nos conhecido pessoalmente. Mas isso quer dizer que o alcance de minha música pode ser bem maior do que eu pensava.
Sendo um pouco menos vaga em relação a este caso específico, creio que o problema tenha sido: a pessoa em questão já havia mandado a seguinte mensagem (que nunca entendi), quando coloquei alguma foto minha na página de artista: “Você está me decepcionando... nunca está cantando”. Talvez tenha sido uma referência ao fato de eu nunca ter ido à cidade da pessoa para cantar, apesar de seus pedidos. A ironia é que ontem, mesmo dia em que recebi a mensagem, foi o dia em que um amigo músico me avisou que foi confirmado o show que faremos juntos, logo logo, em uma cidade super próxima da cidade deste meu ex-fã.
Finalizo o texto feliz, percebendo que é importante darmos muito valor ao que temos. Não posso subestimar aquilo que já alcancei, todo o esforço que fiz. Se ontem recebi uma mensagem que, a princípio, não fez muito sentido para mim, também entendi que estava diminuindo minhas conquistas e tratando meu esforço em divulgar minha arte, meu esforço como artista-produtora de mim, como algo cujo resultado era pouco expressivo. E não é, pelo visto. Desperto coisas que nem sei... Só espero que, de forma geral, eu desperte muito menos desilusões do que coisas boas.

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